Diferentes segmentos, como Saúde, Alimentação e Varejo,  já enxergam nos serviços financeiros oportunidades para transformar negócios e se aproximar cada vez mais do cliente sem a necessidade de um intermediário financeiro tradicional. Segundo uma pesquisa da Webshoppers, aumentou em 40%  o número de compras online no primeiro semestre de 2020. Os dados mostram que 7,3 milhões de brasileiros usaram a forma de compra pela primeira vez. O número reflete o comportamento em tempos de isolamento social. 

Mas o que isso ensina para as empresas e startups quando o tema é digitalização de pagamentos e experiência do consumidor? Em entrevista exclusiva ao Blog NUVEM, o diretor de fintechs na Movile, Thomas Barth, explica que as mudanças estão apenas no começo e tendem a beneficiar muito a experiência do usuário. O executivo adianta alguns pontos do que deve estar no centro do debate do iDEXO SUMMIT, evento que acontece no próximo dia 11 de novembro, e que focará na transformação dos negócios e na experiência do consumidor. 

O Grupo Movile conta com sete empresas como iFood, PlayKids e Sympla e  tem se atentado à demanda do mercado e dispõe de  uma vertical de fintechs composta por duas frentes: a Movile Pay e a Zoop. A primeira com o objetivo de oferecer soluções de financeiras, tais como crédito, adquirência (POS e QR Code) e serviços bancários (conta e carteira digital), implementadas a partir de parcerias com outras empresas do setor de tecnologia, a começar pelo iFood. A Movile Pay tem  mais de 15 mil usuários e 10 mil estabelecimentos cadastrados.

Já a Zoop é a fintech líder em tecnologia para serviços financeiros no mercado B2B e atua nos segmentos de meios de pagamento, “banking as a service” (BaaS) e crédito. Atualmente tem mais de 500 parceiros.

Confira a entrevista na íntegra: 

Nuvem – Quais as mudanças implementadas pela Movile quando o assunto é fintechzação?

Thomas Barth – Do ângulo do iFood é uma empresa do ramo de food delivery ofertando ao usuário novas formas de pagamento. Do outro lado, estamos criando um banco para restaurantes. Tudo isso é possível por conta de todo o conhecimento do nosso público e, assim, conseguimos ser muito mais assertivos em termos de proposta, referendado pela tecnologia e a experiência do usuário. Estamos usando inteligência artificial para criar modelos de oferta de crédito, prevenções a fraude, biometria, tecnologia de autentificação, e experiências melhores de navegação.

Nuvem – Este ano, uma das novidades anunciadas pelo iFood foi a tecnologia que permite ao cliente fazer pedidos pelo aplicativo de dentro do restaurante, o “Na Mesa”. Qual a relação desse resultado com o olhar para a necessidade do cliente?

Thomas Barth – Sem dúvida foi um produto muito orientado à necessidade do  usuário, neste momento de distanciamento social, em como facilitar o pedido. Você senta no restaurante, o cardápio já está no celular e você paga pelo aplicativo. E, nesse momento da pandemia, diminui o contato físico e o risco de contágio, porque se elimina a interação com o garçom no momento do pedido.

Nuvem – A Zoop cresceu 140% até setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior.  O que trouxe esse crescimento?

Thomas Barth – Diria que tem muito a ver com esse processo de fintechzação e a experiência de usuário. A pandemia gerou efeitos mistos. Por exemplo, um supermercado cresceu muito, porque delivery passou de conveniência para necessidade básica. Enquanto que um cliente na área de salão de beleza viu seu volume de serviços cair. Então, vejo o resultado, mais como a tendência de novos clientes procurando a Zoop com interesse em oferecer produtos financeiros.

Nuvem – A Zoop apresenta como sua missão a democratização do acesso aos serviços financeiros. É possível enxergar esses novos resultados como boas perspectivas de que isso se solidifique no futuro?

Thomas Barth – Acreditamos que essas mudanças estão só no começo. Essa é uma curva muito transformacional e longa. Para mencionar coisas que estão acelerando essa curva além da própria pandemia, o Banco Central acabou de lançar o PIX (meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central que permite realizar transações bancárias em menos de 10 segundos) e isso altera significativamente o acesso da população a meios digitais de pagamento. Toda a agenda de open banking que ajuda na criação desses produtos customizados para públicos específicos. Junto a uma maior concorrência entre os players, beneficiando os usuários. Se você olhar, hoje todo mundo quer ser tech. Então, o varejo é tech, o atacado é tech, esse é um caminho sem volta e vai transformar muito a forma como os negócios são feitos daqui para frente.

Quer saber mais sobre as outras soluções de serviços financeiros que estão conquistando novos setores da economia? Se inscreva no iDEXO SUMMIT, que acontece em 11 de novembro, às 9h. Participam também o CEO da Medicinae Solutions, Rafael Coda, o diretor executivo de Techfin na TOTVS, Eduardo Neubern, e a diretora jurídica institucional adjunta da ABBC, Carolina Rabelo.